Apesar da grande incidência entre a população, casos que precisam de intervenção médica são considerados exceções.
De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5,4 milhões de brasileiros sofrem de hérnia de disco. Ainda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, a cada dez pessoas, oito são acometidas pela doença.
Esses dados ficam ainda mais alarmantes ao saber que a patologia atinge cada vez mais pessoas jovens, com menos de 30 anos.
Apesar da grande incidência entre a população, os casos que realmente necessitam de intervenções médicas são exceções, isto é, na maioria das vezes, o problema pode ser resolvido com sessões de fisioterapia, acupuntura e consumo de medicamentos.
Você tem sentido dores intensas na região das costas ou do pescoço, regularmente, que estão atrapalhando a sua rotina e qualidade de vida? Esses desconfortos podem ser um sinal da hérnia discal. Por isso, continue a leitura deste texto e saiba quais são os meios de tratá-la além da cirurgia.
O que é hérnia de disco
A coluna vertebral é formada por vértebras e, entre elas, estão os anéis de fibrocartilagem, conhecidos como discos. Essas estruturas têm a função de evitar o atrito dos ossos, amortecer o impacto e permitir a movimentação do corpo.
Quando os discos intervertebrais são de alguma forma prejudicados, seja por movimentos repetitivos ou pelo envelhecimento, eles podem se desgastar e sair da posição regular, liberando o núcleo pulposo, líquido gelatinoso que fica em seu interior.
Dependendo do lugar da saída desse gel, é possível que as raízes nervosas da coluna sejam pressionadas, levando à inflamação e, em seguida, ao surgimento de dores que vão se tornando mais fortes conforme a gravidade do problema.
A hérnia de disco é dividida em três partes do corpo: a cervical, afetando a área do pescoço; a torácica, lesionando o meio das costas; e a lombar, onde está localizada a área mais baixa da coluna.
Porém, a doença é mais frequente nas regiões lombar e cervical, já que são as partes que mais se movimentam e que suportam mais peso.
Sintomas
A hérnia de disco é caracterizada pela dor leve, moderada ou intensa na região lombar, cervical ou torácica, contudo, alguns pacientes não são acometidos por esses desconfortos.
Em alguns casos, o formigamento também pode afetar outros lugares do corpo como ombros, braços, mãos, pernas ou pés.
Os principais sintomas da patologia incluem:
Dor que se intensifica ao ficar muito tempo em pé com as pernas estendidas;
Fraqueza nos membros inferiores;
Dificuldade em permanecer sentado por mais de alguns minutos;
Dificuldade em se movimentar ou carregar objetos.
Dor ciática;
Dor noturna que se agrava ao dormir.
Causas
A hérnia discal está relacionada, primeiramente, à predisposição genética. Em seguida, outras causas como envelhecimento, sedentarismo, realização de movimentos repetitivos e tabagismo também são ligadas à patologia.
Embora a doença seja comum em homens com mais de 35 anos, observa-se que houve um aumento no número de casos em pessoas com menos de 30 anos. Essa maior incidência ocorre por conta dos problemas hereditários.
Tipos de hérnia de disco
A doença é separada em três tipos:
Protusa: ocorre quando o disco aumenta de tamanho sem que haja a ruptura do líquido gelatinoso. Como a base fica mais larga que o diâmetro de origem, as paredes do anel podem comprimir regiões de sensibilidade nervosa, causando fortes dores e desconfortos.
Extrusa: o disco é perfurado, liberando, assim, o núcleo pulposo.
Sequestrada: o líquido gelatinoso vaza do disco intervertebral e se desloca para dentro do canal medular. Dessa forma, as raízes nervosas são pressionadas, causando inflamação e dor química. Nesse estágio, o desconforto é muito mais intenso e o paciente só terá alívio ao fazer uso de medicamentos ou cirurgia.
Como a fisioterapia pode ajudar a tratar a hérnia de disco
A fisioterapia compreende diversos tratamentos alternativos que ajudam a tratar a hérnia de disco e recuperam o bem-estar e a qualidade de vida do paciente.
Os benefícios dos procedimentos incluem alívio das dores nas costas, braços ou pernas, maior flexibilidade dos movimentos, diminuição do consumo de remédios para diminuir o desconforto e ainda evitam intervenções médicas.
É importante frisar que as práticas terapêuticas são determinadas pelo fisioterapeuta, que realiza uma avaliação para identificar a causa do problema. Além disso, os métodos também dependem do nível de gravidade da doença.
Conheça abaixo quais são os principais tratamentos para essa patologia, que se encontram dentro da fisioterapia:
Alongamentos
Os alongamentos para hérnia discal são aconselhados já nas primeiras sessões de tratamento. Essas atividades são fundamentais para aumentar a flexibilidade, fortalecer o tônus muscular e reorganizar as fibras musculares, que ajudam a melhorar a postura.
Exercícios
Indicados para pacientes que não sentem dor aguda, os exercícios auxiliam no fortalecimento da musculatura, que se torna mais fraca com o desenvolvimento da hérnia de disco. A Reeducação Postural Global (RPG) e o pilates clínico são exemplos de exercícios que ajudam a tratar a patologia.
Enquanto o RPG é ótimo para evitar a cirurgia, os exercícios de pilates são ideias para tonificar pequenos músculos. Mas é necessário que o paciente esteja com a coluna ereta para não agravar os sintomas.
Acupuntura
Uma das doenças que a acupuntura consegue tratar é a hérnia discal. A partir da terceira sessão, o paciente pode sentir a redução de até 70% das dores provocadas pela doença.
Contudo, para evitar que o desconforto apareça novamente, é necessário realizar o procedimento por, pelo menos, 120 dias, além de aliar a técnica com outros tipos de tratamentos.
Prevenção e cuidados no dia a dia
Para prevenir a doença, é necessário reavaliar os hábitos posturais, visto que a má postura pode influenciar no desenvolvimento da hérnia de disco.
Não ficar muito tempo na mesma posição, prestar atenção em como a coluna fica na hora de sentar, trabalhar, deitar e até mesmo ficar em pé são dicas que ajudam a corrigir a postura. Também é fundamental não distribuir o peso do corpo em apenas uma perna; o ideal é que essa distribuição seja equilibrada entre os dois membros inferiores.
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